Mesa-redonda maneira-negra
Evento aconteceu no dia 26 de outubro e ocorreu paralelamente à exposição Gravura em Foco.
A Casa da Boia realizou no dia 26 de outubro, a mesa-redonda Maneira-Negra, Olhares Contemporâneos sobre um Procedimento Tradicional da Calcografia, em que artistas que se expressam pela técnica da maneira-negra – ou mezzotinta, na gravura em metal.
O evento integrou a programação das atividades que ocorrem em paralelo à exposição Gravura em Foco.
Participaram da mesa-redonda o gravador e desenhista André Berger e o artista visual Danilo Perillo que falaram sobre a experiência, idealização e organização da Mostra Internacional de Maneira Negra, realizada em 2019 na Galeria do Instituto de Artes (GAIA) da Unicamp. A mediação foi do curador da exposição Gravura em Foco, Sérgio Niculitcheff.
A maneira-negra é uma das técnicas tradicionais utilizadas por artistas que fazem gravura em metal (também chamada de calcogravura). O método consiste em trabalhar a chapa de metal com uma ferramenta (berceaux), criando uma superfície áspera que é capaz de reter a tinta de impressão, resultando numa cópia totalmente negra.
Na exposição da Casa da Boia até o dia 1 de dezembro, é possível conferir de perto a técnica a partir das obras de Norma Mobilon e de André Berger.
Vídeo da mesa-redonda "Maneira-Negra
A exposição Gravura em Foco
A Casa da Boia, estabelecimento comercial que abriga um espaço cultural no centro histórico de São Paulo, recebe a partir de 14 de setembro a exposição “Gravura em Foco – um recorte da coleção do Gabinete de Estampas da Unicamp”. Com curadoria de Sergio Niculitcheff, a mostra reunirá até 1º de dezembro cerca de 50 obras de artistas representativos para a gravura brasileira e que utilizam em seus trabalhos técnicas de gravura em metal.
“O Gabinete de Estampas da Unicamp possui um acervo de mais de 3 mil obras. Para a exposição, fiz uma curadoria que pudesse reunir trabalhos de várias gerações de artistas gravadores ou que fazem uso dessa linguagem, desde renomados e estabelecidos no panorama artístico, até gerações intermediárias e os mais jovens, que estão produzindo gravuras em metal atualmente”, diz Niculitcheff, que também é coordenador do Gabinete de Estampas da Unicamp. Para ele, não haveria espaço melhor para a mostra, como a Casa da Boia, que é um fornecedor tradicional de matéria-prima necessária para gravadores em metal, em especial chapas de cobre e latão.
“A mostra ressalta, ainda, a importância da coleção e o pertencimento destas obras à comunidade externa à universidade, enfatizando seu papel em desenvolver ações educativas e de formação de profissionais que buscam refletir e questionar os meios e rumos do contexto artístico contemporâneo”, explica.
O público poderá apreciar na exposição, por exemplo, obras de artistas como Marcelo Grassmann, que possui trabalhos espalhados por vários acervos de museus do mundo e é apresentado por muitos críticos como o maior gravurista brasileiro. Também terá acesso à técnica de Maria Bonomi, que possui obras em vários espaços públicos, como estações de metrô e em fachadas de prédio, sempre dialogando com a população.
A mostra também contará com gravuras de outros nomes de destaque, como Alex Cerveny, Arnaldo Batalhini, Arthur Piza, Claudio Mubarac, Darel Valença, Evandro Carlos Jardim, Feres Khoury, Lygia Eluf, Marcio Périgo, Marco Buti, Mario Fiori, Mario Gruber, Renina Katz e Rubens Matuk, entre outros.
“No ano em que comemoramos 125 anos de atividades, queremos abrir as portas para valorizar a gravura como ofício, por meio do artista gravador e impressor. Somos tradicionais e reconhecidos por diversas gerações pela comercialização das chapas que são suportes essenciais para a confecção e gravação”, diz Adriana Rizkallah, diretora da Casa da Boia.
Adriana, que também é artista visual, lembra da época da faculdade, nos anos 1980, quando seus professores Rubens Matuk e Evandro Carlos Jardim, que também estarão com obras na exposição, eram clientes da loja. “Com a exposição, queremos criar ainda mais conexão com as comunidades que circulam pela Casa da Boia”, finaliza.
A entrada na exposição é gratuita e o horário de visitação será de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h45. Nos meses de outubro e novembro, serão realizadas mesas-redondas com o curador e convidados, para discutir temas ligados à linguagem e à técnica.
Artistas presentes na exposição:
Adriana Dias, Alex Cerveny, Alex Gama, Anatol Wladyslaw, Ana Kalassa El Banat, Andre Berger, Arnaldo Batalhini, Artur Cole, Arthur Piza, Carlos Henrique Zambom, Ciro Cozzolino, Claudio Mubarac, Daniele Noronha, Danilo Perillo, Darel Valença Lins, Décio Soncini, Evandro Carlos Jardim, Fang, Flavio Bassani, George Gutlich, Isaura Ogawa, Jackes Jesion, Julia Goeldi, Luiz Hermano, Lygia Eluf, Marcelo Grassmman, Marcelo Moscheta, Marcio Diegues, Marcio Perigo, Marco Buti, Marco Giannotti, Maria Bonomi, Mario Fiori, Mario Gruber, Mauricio Parra, Milton Turcato, Natália Gregorini, Nori Figueiredo, Paula Almozara, Paulo Camillo Penna, Paulo Sayeg, Rafael Kenji, Raphael Veiga Giannini, Renina Katz, Ricardo Coelho, Rubens Matuk, Sergio Fingermann, Vera Chalmers e Vera Figueiredo.
Sobre o curador
Prof. Dr. Sergio Niculitcheff é artista visual e docente do Instituto de Artes da Unicamp, responsável pelo Gabinete de Estampas – Departamento de Desenhos e Gravuras da Unicamp.