São Francisco e a Igreja
com seu nome no centro de São Paulo
Recentemente, em comemoração ao Dia Mundial dos Animais, falamos aqui no Blog sobre o fato de São Paulo ter sido pioneiro no Brasil em criar uma ONG de proteção aos nossos amigos peludinhos (quem quiser pode ler o texto aqui).
Mas o fato é que a data de 4 de outubro é considerada o Dia Mundial dos Animais por ter sido o dia do sepultamento do santo, falecido em 3 de outubro de 1226 e para os adeptos do catolicismo, a representação maior da proteção e amor aos animais é simbolizada pela figura de São Francisco.
O italiano, nascido na cidade de Assis, entre 1181 e 1182 (não se sabe a data exata), e sua infância e juventude em nada se diferenciava de um filho de família abastada da Idade Média, até que, por volta dos 25 anos de idade, teria ouvido uma voz divina que o conclamava a uma vida dedicada aos necessitados.
Progressivamente, deixou a vida de luxo que levava e se tornou um missionário, renunciando a sua própria herança e passando a se dedicar a cuidar dos pobres e necessitados. Francisco era conhecido, igualmente, pela devoção que dedicava aos animais e à natureza.
Por volta de 1209, funda a Ordem Franciscana, que prescrevia uma pobreza absoluta para os monges e para a Ordem, em imitação literal da vida de Jesus Cristo e seus apóstolos conforme narrada nos Evangelhos, que não possuíam nada pessoalmente nem em comum.
São Francisco de Assis tinha uma relação muito especial com os animais. Ele acreditava que todos os seres vivos, incluindo os animais, são criaturas de Deus e devem ser respeitados. Ele pregava que os animais são nossos irmãos e irmãs, e que devemos cuidar deles com amor e compaixão.
Francisco era frequentemente visto conversando com os animais, e acreditava que eles podiam entender o que ele dizia. Ele também costumava dar comida e água aos animais, e até mesmo pregava para eles.
Ficou famosa a história do lobo de Gubbio. Um lobo feroz que estava aterrorizando a cidade de Gubbio, na Itália. Conta-se que Francisco fez uma pregação para o lobo e que após o fato, ele nunca mais incomodou os moradores da cidade.
A ordem de São Francisco em São Paulo
No ano de 1640 sete franciscanos chegaram a São Paulo junto com uma caravana missionária. Eles se instalaram em uma casa onde atualmente está localizada a Praça do Patriarca, no Centro Histórico de São Paulo.
Em 1642 a Câmara Municipal de São Paulo doou aos franciscanos um terreno, onde hoje está o Largo São Francisco, a poucos metros da Casa da Boia, seguindo pela rua São Bento.
Consta na documentação da Secretaria de Estado da Cultura, que a Igreja de São Francisco já estava pronta no ano de 1643. O Convento de São Francisco e São Domingos, no entanto, foi inaugurado apenas quatro anos depois.
Entre os anos de 1828 e 1858, a igreja foi administrada pela Ordem Terceira de São Francisco. Em 1858, o prédio foi tomado pela Irmandade de São Benedito e os franciscanos só recuperariam a igreja em 1908.
A Igreja de São Francisco pertencia ao triângulo central dos principais estabelecimentos religiosos de São Paulo, do qual faziam parte, além de São Francisco, as igrejas do Carmo e de São Bento.
O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do estado de São Paulo solicitou o tombamento da Igreja de São Francisco em 4 de agosto de 1971.
O processo de tombamento da igreja foi finalizado em 19 de abril de 1982, quando o então secretário extraordinário da cultura do estado de São Paulo, Antônio Henrique da Cunha Bueno, publicou uma resolução oficializando o processo.
A igreja original era construída em taipa de pilão, pedra-ferro nos arcos internos e externos, telhas capa e canal e paredes em alvenaria de tijolos. A igreja foi reformada em 1744, ano em que as características externas atuais, que fazem parte do estilo barroco, tomaram forma. Antes disso, a igreja tinha características jesuíticas, que eram consideradas padrão para as igrejas da província.
Em 1880, o edifício foi reconstruído devido a um incêndio, que provocou sua destruição quase completa. Da igreja original sobraram as paredes e a imagem de São Francisco de Assis, que permanece na igreja até os dias de hoje.